quarta-feira, 16 de abril de 2014

ONG para homens - relato de um pai - lei acompanhante - tudo junto e misturado.

Se nós soubéssemos como os homens estão mal assessorados pela lei e pelas políticas públicas repensaríamos se são eles os donos de tudo. É claro, que em muitos pontos eles gozam de mais direitos que as mulheres, mas começo a acreditar nas vantagens culturais, pois legalmente... Você já parou para pensar que nem todos os homens são iguais? Que existe uma pequena parcela deles realmente privilegiada no sistema e que muitos outros vivem ou sobrevivem com poucos benefícios por conta da cultura paternalista?. Essa cultura que prega que sofrer e passar trabalho, que pegar no pesado lhes dá um status de honra, legitimiza-os como machos. Ainda falaremos muito sobre isso. Apesar da invisibilidade dos homens perante as politicas publicas ações sociais e legislação, existe sim instituições preocupadas com eles. Vou apresentar hoje o Instituto Promundo. 

O Instituto Promundo (pode ser considerado ONG e já possui o status de OSCIP) é uma organização internacional atuante nos EUA (Washington), Ruana (Kigali) e no Brasil (Rio de Janeiro). O seu objetivo é promover masculinidades não violentas e relações igualitárias entre homens e mulheres, através de pesquisas, intervenções e políticas para a transformação do gênero. Foi fundada em 1997 e produzem material socioeducativos para serem utilizados como ferramentas pedagógicas (os vídeos podem ser comprados ou baixados no site). Uma das campanhas que o Instituto Promundo lançou foi a de paternidade Você é meu pai, em 2012, aqui no Brasil, (originalmente tem o nome de Mancare). "Você é meu pai" visa o reconhecimento da paternidade e o envolvimento do pai no cuidado das crianças. 

Na página da Campanha tem um vídeo, (dirigido por Nathan Golon) ou melhor uma narração com fotos, que me emocionou. A História do Márcio como o próprio título sugere, é o próprio Márcio lendo sobre a sua vida como pai e sua referência paterna. Márcio conta como foi negligenciado pelo pai, a ausência constante deste e como isso despertou nele uma enorme vontade de ter um filho ou filha. Márcio nos fala que não pode acompanhar sua esposa no nascimento de seu tão desejado filho e ficou mais chateado quando soube que existe a lei do acompanhante, sim, ele tinha direito de ver e presenciar esse momento. Abaixo algumas palavras deste homem pai participativo, na vida de seu filho:

"Hoje tento ser um ótimo pai para o meu filho, dou banho, dou comida pra ele, troco fralda, brinco de bola, o levo para passear, sempre o acompanho com as consultas com a pediatra. Fico feliz quando me dizem que sou um bom pai. (...) E quero que um dia, meu pai possa pegar meu filho no colo e ouvir da sua boca: vovô. E não apenas conhece-lo através de uma foto. E sei que isso um dia vai acontecer. O Gabriel é um ponte para aproximar um do outro."





Gostou do relato? 

PORÉM, não posso deixar passar em branco a violência que Márcio passou durante o parto do seu filho Gabriel. Não pode acompanhar! Não sabia que existia uma lei. E muitas pessoas não sabem, mas SIM a mulher tem direito a acompanhante e o pai não pode ser tratado como visita.

A lei do acompanhante - Lei 8.080 - existe desde 1990, porém ano passado foi sancionada outra lei - 12.895 - que obriga todos os hospitais do SUS ou conveniados, manter em local visível aviso que todas as gestantes tem direito a acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós parto tem direito a acompanhante. Fique atento a isso!

Falei sobre essa lei aqui. Caso tenha passado por essa situação denuncie ao Ministério Público de sua região, a secretaria de saúde, a defensoria pública, faça BO na delegacia. Enfim, reinvindique seus direitos. 

PS: Clique nas palavras grifadas em rosa e abra o link relacionado





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